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22.05.2018 - 15h47

Prefeitura de Bodoquena intensifica ações de combate contra leishmaniose e realiza pesquisas com o mosquito transmissor

O recado é sempre o mesmo e as medidas são mais simples do que pensamos: “cada um cuidando da limpeza da sua casa, de seu estabelecimento, estará evitando a propagação maior (sic) dos mosquitos transmissores de doenças”. Esta é a principal recomendação da agente de saúde Elaine Cordeiro da Silva que visita residências em Bodoquena informando a população sobre a campanha da Prefeitura Municipal de Combate a Leishmaniose, que é uma grave doença transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado. No ambiente urbano, os cães são a principal fonte de infecção para o vetor [leia-se mosquito].

A luta contra o inseto transmissor deve ter apoio total da população com a higiene ambiental para vencer esta guerra não só contra leishmaniose, mas também contra outras doenças graves como a dengue, zika e chikungunya.

Os transmissores são insetos conhecidos popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. Estes insetos são pequenos e têm como características a coloração amarelada ou de cor palha e, em posição de repouso, suas asas permanecem eretas e semi-abertas.

Transmissão

A transmissão acontece quando fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados, e depois picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi.

 Ações

De acordo com a agente de saúde, os trabalhos são realizados com visitas em domicílios, terrenos baldios, comércio, uma ação desenvolvida pela Secretaria de Saúde através do Departamento do Controle de Vetores que combate a propagação de mazelas, neste caso, a leishmaniose, uma doença infecciosa sistêmica.

“Os moradores devem nos apoiar a partir da nossa recepção. E também, ficar atentos quanto aos cuidados com o quintal de casa, com descarte adequado do lixo e quando aparecer algum caso de morador ou cachorro que possam estar contaminados com a doença, comunicar os órgãos de saúde para que a gente possa fazer um trabalho mais específico naquele local e região”, afirma Elaine Cordeiro.

Sintomas

As pessoas têm que ficar atentas aos sintomas. Principalmente as que residem em áreas onde ocorrem casos de Leishmaniose Visceral que é uma zoonose de evolução crônica, com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos.

Geralmente, a leishmaniose é identificada por febre de longa duração, além de aumentar o fígado e baço do infectado, acarreta também na perda de peso, dá muita fraqueza, reduz a força muscular, causa anemia, entre outras terríveis manifestações da doença.

Ao aparecerem os sintomas, as pessoas devem procurar o serviço de saúde mais próximo o quanto antes, pois o diagnóstico e tratamento precoce evitam o agravamento da doença que pode ser fatal se não for devidamente tratada.

Tratamento

Conforme o coordenador do Departamento do Controle de Vetores, Theo Araujo Pereira dos Reis, tanto em seres humanos quanto em animais, havendo sintomas da leishmaniose ou outras doenças, as pessoas são orientadas sempre a procurarem ajuda de um médico no serviço de saúde mais próximo. Também salienta como é o procedimento básico ao identificar a leishmaniose em pacientes.

“Em seres humanos, o tratamento é feito através do Glucantime que é o medicamento utilizado no combate aos danos e sintomas da leishmaniose. Em cães é usada a Miltefosina como medicamento no tratamento da leshmaniose tegumentar, que é uma droga calculada pelo peso do infectado”, disse o chefe do Controle de vetores.

Pesquisa

O Controle de Vetores, através de seu pessoal, instala em pontos estratégicos com mais incidência do mosquito, aparelhos coletores destes insetos que são enviados ao laboratório para análise.

Também realizam exames e testes rápidos nos cachorros para identificar os que têm a leishmaniose ou não.

Normalmente quando aparece algum morador de determinado bairro com sintomas da doença, é feito naquela região um trabalho específico para o controle da doença.

As ações são feitas estrategicamente por região, e normalmente os locais que aparecem mais os casos da leishmaniose, são realizados bloqueios na área para a aplicação do veneno combatente.

Bodoquena

Theo Araujo afirma que o município de Bodoquena está dividido em seis zonas de combate, tanto para leishmaniose, como para a dengue, chagas e demais endemias.

“Estas áreas são comportadas nas regiões da Vila Memorial, no centro, Vila Planalto, Pereira Souto, Sol Nascente e Morraria. Isso não quer dizer que só estas localidades serão atendidas, são os nomes que nós demos às áreas”, afirma Theo.

Um dos grandes desafios revelado por Theo Araujo e enfrentados por ele e sua equipe, é a conscientização dos proprietários de animais portador da leishmaniose, “a partir do teste rápido acusando positivo para a leishmaniose, eu tenho enfrentado grande empecilho do proprietário em deixar que a equipe faça a eutanásia no animal dele”. E ainda adverte, “porque a leishmaniose é uma doença que não tem cura dada a adesividade do protozoário nas células, tanto do nosso corpo, quanto no corpo dos animais, é muito grave”.

Casos

De acordo com o secretário Municipal de Saúde, Lauro de Aquino Neto, o procedimento padrão realizado em Bodoquena quando há suspeitas de leishmaniose em seres humanos, é encaminhar o paciente para outro município.

"Geralmente o procedimento para leishmaniose visceral é encaminhar o paciente para outro município. Tivemos o diagnóstico de um caso visceral, ele [o diagnóstico] foi feito em Campo Grande [capital do Mato Grosso do Sul], então nós não tratamos desta criança, mas o atendimento foi efetivo, o paciente evoluiu e encontra-se bem em casa no atual momento”, revela Lauro.  

Atualmente, existe uma vacina anti-leishmaniose visceral canina em comercialização no Brasil. Apesar dos bons resultados, estudos feitos ainda não comprovam totalmente a efetividade do uso dessa vacina na redução da incidência da leishmaniose visceral em humanos, ficando restrita [a vacina] apenas aos animais.

Leishmaniose Visceral tem tratamento para os humanos, e gratuito, disponível na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).

Para evitar transtornos de saúde com esta grave a doença basta manter a limpeza nos terrenos e no meio em que se vive, além de orientar os vizinhos a tomarem as devidas precauções quanto à higiene do meio ambiente e evitar a proliferação do mosquito, transmissor da leishmaniose e demais doenças.

Em caso de dúvidas, as pessoas podem procuram o Departamento do Controle de Vetores que está localizado na Rua Guilherme Maidana, nº 48, Centro de Bodoquena, ou ligar no número (67) 3268-1889.

Thiago Gonçalves

Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal de Bodoquena